O Movimento Organizado dos Professores no Estado de Pernambuco (Moprope) informou, na noite desta quinta-feira, que encaminhou ofício ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) protestando contra o descumprimento de decisão de Ação Civil Pública pela Secretaria Estadual de Educação (SEE-PE). “Pedimos todas as penalidades possíveis para que se faça valer a lei dentro de todos os princípios constitucionais”, solicitam, protestando contra ações do Governo de Pernambuco para não chamar os concursados, contratando professores através de outros recursos, como a seleção simplificada. “O mais grave é que ao fazer isso está desrespeitando a sociedade, os professores, a lei, o MPPE e a Justiça”, destacou o presidente do Moprope, Juarez Ribeiro Filho.
Integrantes do movimento e professores que se sentem prejudicados argumentam que após não acatar recomendação do MPPE e a decisão da segunda Ação Civil Pública para fazer valer um concurso público, a SEE-PE tenta disfarçar com a abertura de seleção simplificada para mais de cinco mil vagas para projetos especiais. E apresentam documentos como publicações do Diario Oficial do Estado (DOE) que listam 257 contratos para Ensino Regular no mês de março, denunciando ainda que, impossibilitado de fazer novas contratações, a secretaria tem renovado os contratos temporários.
“Eu ocupo uma vaga que deveria ocupar como concursada”, disse Maria Aparecida Souza Gomes, terceira colocada para uma vaga em Olinda, onde trabalha como temporária há anos. Numa situação semelhante, um dos coordenadores do Moprope, Watson Brayner Andrade Ribeiro, segundo colocado, também ocupa uma dessas vagas, que são chamadas de “lacuna”. “O fato é que isso compromete a qualidade do ensino e muitos estudantes têm ficado sem aula”, avalia outro coordenador, Alexandro Lucas da Silva, acrescentando que muitas escolas não concluem o calendário escolar por falta de professores e os estudantes ficam no prejuízo.
Osnaldo Marques, do DIARIO DE PERNAMBUCO
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