sexta-feira, 29 de junho de 2012

Campos diz a Lula que quebra de aliança PT-PSB em Recife teve motivo local

Deflagrada uma crise entre PT e PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse nesta quinta-feira (28) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o rompimento da aliança em Recife deve-se a problemas locais e não compromete um “projeto maior” entre os dois partidos.
Presidente nacional do PSB, Campos foi chamado ontem a São Paulo para conversar com Lula sobre a decisão de se aliar ao PMDB de Pernambuco contra o PT no Estado.
Na conversa, ele repetiu argumentos apresentados à véspera por telefone: garantiu que a ruptura em outras cidades, como Fortaleza e João Pessoa, não indica intenção de concorrer à Presidência em 2014, nem afeta seu relacionamento com o governo Dilma.
Segundo relato feito a interlocutores, Campos citou seu esforço pela edição da aliança pela candidatura de Fernando Haddad em São Paulo como um sinal da boa vontade do PSB com o partido.
Ele lamentou o desgaste provocado pela deputada Luiza Erundina (PSB), que desistiu da vice de Haddad após a adesão de Paulo Maluf (PP) à campanha.
Na conversa, Campos alegou que, apesar de alertados pelo PSB, os petistas insistiram na escolha de Erundina –o que o governador chamou de “risco calculado”.
A exemplo do embaraço em São Paulo, Campos responsabilizou o PT pelo desmonte da frente popular em Recife. Segundo ele, o PT perdeu a condição de liderar uma ampla coligação por causa de suas disputas internas.
Na avaliação de Campos, nem o prefeito de Recife, João da Costa, votará no senador Humberto Costa, escolhido pelo PT para a disputa.
Aliados do ex-presidente afirmam que Lula mostrou-se sensível aos argumentos de Campos. Mas, a partir de agora, ficará atento à movimentação do governador.
O PT de Pernambuco acusa Campos de incitar a guerra interna do partido para tirar proveito eleitoral. Petistas disseram a Lula que o governador se recusava até a atender a seus telefonemas.
Mesmo magoado com a articulação de Campos, Lula disse que preferiria conversar com ele antes de tirar qualquer conclusão.
Em solenidade em Recife, Campos disse: “Não poderia vir aqui hoje sem antes olhar nos olhos de Lula e dizer-lhe que somos os mesmos, que nunca faltei com ele, e que isso (a candidatura) não é motivo para intriga”.


Fonte: Boainformacao.com.br 

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