sexta-feira, 22 de junho de 2012

Eduardo cumpre ritual antes de anunciar chapa

Para não repetir o erro do PT, que impôs, via Executiva nacional, o nome do senador Humberto Costa à Prefeitura do Recife, e evitar a acusação de que o PSB estaria fazendo o mesmo caminho ao colocar, na cabeça da chapa alternativa à do PT, o ex-secretário Geraldo Júlio, o governador Eduardo Campos foi aconselhado a seguir um ritual que ofeceresse, pelo menos em tese, aos partidos aliados a chance de, publicamente, avaliar e chancelar a indicação dos socialistas.
Para descartar qualquer ruído, os socialistas enviaram nessa quinta-feira uma carta às siglas aliadas, oficializando o nome de Júlio como “o melhor quadro do PSB” à disputa pela PCR. Isso porque houve um certo mal-estar na base quando parte da imprensa antecipou, ontem, que o Palácio já tinha decidido por Júlio, e que ele seria lançado nesta sexta-feira como o representante da maioria das legendas da Frente Popular, e não apenas do PSB.
"Temos a convicção de que a candidatura de Geraldo Júlio, representando a Frente Popular do Recife, assegurará a vitória das forças populares que há mais de meio século têm operado mudanças fundamentais na vida dos brasileiros, dos pernambucanos e dos recifenses. A experiência acumulada pela Frente Popular no governo do Estado, que elevou Pernambuco a novo patamar de desenvolvimento, será aprofundada na Prefeitura do Recife, em benefício da qualidade de vida de todos os segmentos sociais”, diz trecho da carta, redigida ao final de debates realizados pelos líderes do PSB durante toda a quinta-feira.

Com a oficialização de Geraldo Júlio pelo PSB, Eduardo Campos adia o lançamento formal da majoritária, que ocorrerá com pompa quando o governador retornar dos Estados Unidos, na quarta-feira (27). Eduardo viaja no domingo (24) para receber um prêmio concedido ao seu modelo de gestão administrativa, implantado, justamente, por Júlio no início do primeiro mandato (2007/2010). A carta que indica o ex-secretário foi assinada pelos outros ex-auxiliares de Eduardo que estavam escalados a ocupar a vaga: Danilo Cabral, Sileno Guedes e Tadeu Alencar. Com isso, o governador também manda um outro recado, o de que o PSB está unido em torno de Júlio, diferentemente do que acontece no PT, que não consegue superar as divergências internas para lançar Humberto Costa.

Publicado em 22/06/2012, às 01h32

Sheila Borges

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