quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

No Recife, 'Os Irresponsáveis' desfilam e adiam o fim do carnaval


Despedir-se do carnaval é sempre uma dificuldade para os pernambucanos. Em Olinda, noRecife e em Paulista, foliões continuam nas ruas, prorrogando a festa, até o fim da tarde desta Quarta-feira de Cinzas (13). No bairro de Água Fria, na Zona Norte do Recife, olhando do alto, não parecia haver uma rua livre: era o desfile do bloco Os Irresponsáveis, tradição local que comemora 30 anos. A festa começou às 14h, na Rua do Machado.
Bloco 'Os Irresponsáveis' se concentra na Rua do Machado e toma ruas de Água Fria, no Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)Bloco 'Os Irresponsáveis' se concentra na Rua do Machado e toma ruas de Água Fria, no Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)
A brincadeira começou em 1983. Um grupo de amigos, moradores do bairro, resolveu esticar o carnaval e faltou o trabalho. O fundador do bloco conta que um deles foi recebido pela mãe aos gritos de “Irresponsável!”. Um dos amigos, Cristovam Sovagem, respondeu: “irresponsável é quem pode”. A piada pegou.
Em Paratibe, Paulista, o ritmo foi a swingueira, mas o frevo também teve vez. Oito trios elétricos passaram pela cidade. A banda Parada de Gueto foi uma das atrações.
Recife
Já no mercado da Boa Vista, na área central do Recife, quase todos os 63 boxes estavam abertos, mas quase não havia espaço para circular. O ritmo que imperava era o frevo e havia foliões em cada canto. Eram pequenas troças e blocos, desses que reúnem uma dezena de amigos.

A Orquestra Popular da Bomba do Hemetério foi uma das atrações que se apresentou no local. À frente, o Maestro Forró convidou um colega, o Maestro Duda, para reger junto com ele. "Nosso carnaval é alegria, espontaneidade, vibração positiva. Isso aqui é alegria viva", disse Forró. "Pernambuco mesmo sabe fazer seu carnaval, não precisa de ninguém", defendia o maestro Duda.
Na Boa Vista, festa começou ao meio-dia e às 17h30 não dava a menor mostra de que iria acabar. Uma orquestra de frevo da Prefeitura do Recife e duas outras ainda se apresentaram, encerrando a festa por volta das 20h, por ali mesmo, sem circular pelas ruas.
Olinda
Em Olinda, o esperado era que os foliões saíssem da cidade para que os moradores pudessem retomar a vida. Muitos saem chorando, inclusive. Em frente à Prefeitura, nem sinal de a festa acabar. Uma das foliãs é a colombiana Cleide, que agitou o público puxando o Hino do Elefante em espanhol - ela mesma traduziu. O bloco Flor da Lira, fundado em 1975, também passou pelo local, cantando, mais uma vez, a música mais pedida do carnval, "Madeira que cupim não rói".
Outro grupo que também circulou foi o Bloco dos Músicos, formado por integrantes das bandas de artistas como Alceu Valença, Lenine, entre outros. "Isso aqui é a diversão da gente", contou o Maestro Spok, integrado à brincadeira. Também passou pelo local uma troça guiada por um boneco gigante, o Garoto de Bonsucesso. E às 21h, haverá encontro dos bois na casa de Dona Dá, na Rua da Boa Hora.
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