sexta-feira, 21 de junho de 2013

A vez do Recife protestar contra tudo

O protesto do Recife transcorreu em clima de tranquilidade. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A PressPara se ter uma dimensão real do que foi o protesto do Recife, nesta quinta-feira, 20, era preciso olhar do alto. Antes mesmo do horário anunciado para início do ato, que não teve nome nem comando, diversos manifestantes estavam concentrados na praça do Derby, ocupando as duas mãos da avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias da cidade, e ruas adjacentes. O percurso seguiu pela avenida Conde da Boa Vista, interditada desde o início da tarde e onde outras tantas pessoas esperavam para juntarem ao cortejo que seguia rumo ao Marco Zero. 

O protesto do Recife transcorreu em clima de tranquilidade, se comparado a outras capitais que tem vivenciaram manifestações semelhantes nos últimos dias. Conflitos foram vistos em pontos isolados, mas, na grande maioria, eram rapidamente contidos pelos policiais. Muitas pessoas que participaram do ato contribuíram para isso com gritos de ordem como “Violência Não” quando fogos de artifício eram soltos, causando sustos, por exemplo. 
Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

Nas ruas pessoas de diversas idades, classes sociais e com as mais diferentes queixas. Os cartazes mostravam, por exemplo, repúdio à PEC 37, que proíbe o Ministério Público de conduzir investigações, melhor qualidade de transporte público, fim da corrupção, respeito aos ambulantes, acessibilidade a cadeirantes, direitos para homossexuais. Enfim, a pluralidade fez-se presente e cada um levou para a rua a reivindicação que queria. Enquanto eles passavam, papéis picados eram jogados do alto de prédios da avenida Conde da Boa Vista.
De acordo com dados oficiais da Polícia Militar (PM), 52 mil pessoas participaram da concentração. Ao longo do percurso, o número teria chegado a 100 mil pessoas. 
Percurso 
Após saída da Praça do Derby, às 16h, os manifestantes seguiram rumo ao Marco Zero. Até lá, porém, algumas paradas, uma delas em frente à Assembleia Legislativa do estado, onde houve confusão e muitos gritavam palavras de protesto aos deputados. O poder estava fechado desde o final da manhã e muitos policiais da Força Nacional faziam a segurança na área.
 É difícil dizer ao certo que horas a manifestação teve fim. Por volta das 18h as pessoas começaram a dispersar-se porém, muitos permaneceram até mais tarde. À noite, um grupo seguiu para a prefeitura do Recife, onde começaram a jogar pedras contra as vidraças. Pedras também foram jogadas contra o Tribunal Regional do Trabalho. No Palácio do Governo, que está fechado devido a reforma, muitos manifestantes deixaram colados os cartazes que usaram no protesto antes de voltarem para casa. 
Pernambuco.com

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