
Com propriedade de quem foi chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por oito anos, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, garantiu nesta terça-feira que o ex-presidente, a quem considera "amigo pessoal", não tem pretensão de voltar ao poder. Para o ministro, a crise de popularidade política da presidente Dilma Rousseff deve ser superada em até seis meses."A vitória do Lula é a vitória da Dilma. Isso tem que ficar definitivo. Ele não tem nenhuma pretensão, nenhuma vontade de voltar. O que ele aposta é na vitória da presidenta Dilma", afirmou o ministro.
"Nós sinceramente estamos muito convencidos de que houve de fato uma queda na popularidade, que as pesquisas registraram, nós temos que aceitar esse fato, mas estamos trabalhando muito para que os fatos mostrem a nossa capacidade de reação", reconheceu o ministro, acrescentando que se o governo Dilma responder à voz das ruas e se a economia se recuperar, "não temos dúvida nenhuma que daqui a cinco, seis meses, o quadro será bem diferente".
Em três semanas de manifestações que tomaram as ruas de várias cidades brasileiras, a aprovação da presidente Dilma Rousseff caiu 27 pontos percentuais. Antes, as projeções mostravam vitória em primeiro turno da presidente, façanha que hoje não seria mais possível.
Gilberto Carvalho comparou ainda a má fase do governo à crise do mensalão. "Em 2005, quando todo mundo dizia que o governo Lula tinha acabado, o Lula ordenou pra gente que nós não déssemos importância para a bolha política e trabalhássemos mais. A Dilma reedita agora, de certa forma, a mesma determinação: eu quero resultado, eu quero um governo de entrega", afirmou.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
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