domingo, 20 de maio de 2012

Greve dos professores atinge 37 universidades federais

Estudantes da Unifesp de Diadema protestam em apoio à greve dos professores

Docentes pedem a reestruturação do plano de carreira e melhoria das condições de trabalho

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), informou nesta sexta-feira (18) que o número de universidades que aderiram à greve chega a 37. Na última quinta-feira (17), quando foi deflagrada a paralisação, 33 instituições de ensino superior haviam decidido pelo movimento.
Os docentes pedem a reestruturação do plano de carreira e melhoria das condições de trabalho nos novos campus que foram criados nos últimos anos por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
O comando de greve da Andes informou que o atual plano de carreira não permite crescimento satisfatório do professor ao longo da carreira. O sindicato informou ainda que foram feitas mais de dez reuniões com o Ministério do Planejamento para revisão do documento, mas não houve avanço na negociação.
O Ministério da Educação (MEC) disse em nota que tem confiança no diálogo e no zelo pelo regime de normalidade das atividades dos campi universitários federais. O governo ressalta que o aumento de 4% negociado em 2011 está garantido por medida provisória assinada no dia 11 de maio. O aumento será retroativo a março, conforme previsto no acordo firmado com os sindicatos.
Em Diadema, na Grande São Paulo, alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) da unidade José Alencar Gomes da Silva, realizaram uma manifestação de apoio à greve dos professores nesta sexta. Os docentes em greve exigem a incorporação de gratificações e bônus aos salários e reivindicam melhorias nos câmpus de Diadema. A presidente Dilma Rousseff cancelou ontem sua agenda na unidade, que previa a cerimônia de inauguração do câmpus. 
Nordeste
Das três universidades federais de Pernambuco, a primeira a paralisar as atividades docentes foi a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que entrou em greve na terça-feira (15). Situada em área de fronteira com os Estados da Bahia e Piauí, a estimativa do sindicato dos docentes (Sindunivasf) é de que mais de 95% dos cerca de 400 professores aderiram à greve nacional por tempo indeterminado em todos os seus cinco campi - distribuídos em cidades dos três Estados.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) tem a adesão de 90% dos seus 1,1 mil professores, de acordo com o comando de greve. O total de alunos nos seus 40 cursos de graduação é de 15 mil. A expectativa é de expansão da adesão na próxima semana.
A Universidade Federal de Pernambuco, com 2,5 mil professores e 32 mil alunos em 93 cursos de graduação presenciais, realizou quinta-feira a assembleia que deflagrou a greve, por isso ainda não tem um balanço claro do porcentual de adesão, que só deve ser definido na segunda-feira. De acordo com o sindicato da categoria, muitos professores ainda foram à sala de aula nesta sexta-feira para conscientizar os alunos.
Os professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) não aderiram à greve nacional. Os professores associados ao Sindicato dos Docentes da UFC (Adufc) decidiram convocar nova assembleia para apreciar as propostas negociadas com o governo federal até 31 de maio. Segundo o vice-presidente da Adufc, professor Ricardo Thé, caso o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão não envie uma proposta "digna de apreciação", os professores da UFC já tem uma assembleia marcada para 5 de junho.
Em nota, a Adufc de antemão já descarta a decretação de uma greve para 5 de junho. "Nossa categoria, aqui no Ceará, tradicionalmente não indica uma greve sem a aprovação em plebiscito, estabelecendo, assim, a vontade e compromisso da maioria", esclarece Ricardo Thé. Mas ele lembra que "a greve é uma ferramenta de pressão legítima e pode muito bem estar colocada à mesa dependendo das propostas que o governo federal nos apresentar".
tribuna hoje

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