quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Em Pernambuco, agentes penitenciários fazem operação padrão


Os agentes penitenciários de Pernambuco fazem, durante esta semana, operação padrão nas unidades prisionais de todo o Estado para reivindicar melhores condições de trabalho. Segundo a Aspepe, entidade que representa a categoria, os servidores correm riscos de vida em todos os presídios. Segundo a Secretaria de Ressocialização (Seres), apesar da ação, o funcionamento das unidades é normal.

"Estamos apenas trabalhando conforme a lei. Mas, claro que num quadro de apenas 1400 agentes, quando deveriam ser 5000, as revistas ficam mais longas e acaba existindo certo constrangimento", admitiu o presidente da associação, Nivaldo Oliveira Júnior. No Complexo Prisional Aníbal Bruno, na Zona Oeste do Recife, as mulheres ficaram indignadas com o tempo de espera.

Os agentes têm reunião com o secretário estadual de Administração, Ricardo Dantas, na sexta-feira (24), quando discutem a pauta, que exige ainda plano de cargos e carreira. "Pelo menos os reajustes salariais o governo concedeu", Oliveira. Depois, se não houver acordo, o próximo passo do movimento será decidido em assembleia.

Os agentes denunciam com a operação padrão uma série de irregularidades dentro dos presídios pernambucanos. A principal é de assédio moral. "Somos comandados por militares, que querem fazer o que fazem com os soldados. Consideramos um absurdo. Os presídios vivem uma ditadura militar velada", reclamou o presidente da associação sobre o fato de as três unidades do Complexo Aníbal Bruno serem comandadas por coronéis. Para ele, esses cargos deveriam ser de agentes mais capacitados.
Outra denúncia é a de que aproximadamente 800 agentes penitenciários estão com a autorização para portar armas de fogo irregular. "É necessário fazer o curso de reciclagem e passar por exames psicotécnicos, por exemplo. Se o governo não encontrar uma solução, eles não poderão mais trabalhar", advertiu Oliveira.
Segundo a Aspepe, a mobilização também busca garantir melhorias para os detentos, procurando maneiras de diminuir a superlotação nas celas e os problemas de segurança. "No Complexo (Aníbal Bruno), a única coisa que mudou foi o muro, já que a vida dos presos continua a mesma", revelou o presidente, que aproveitou para criticar o Pacto pela Vida. "Quando vão entender que o programa tem efeitos não só no momento em que capturam os criminosos?".
Do NE10

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