sábado, 1 de junho de 2013

Obras do Hospital do Câncer de Pernambuco começam na segunda

Prédio abandonado vai ser transformado em anexo do HCP. (Foto: Katherine Coutinho/G1)As obras do bloco anexo do Hospital do Câncer de Pernambuco, noRecife, devem começar na próxima segunda-feira (3). A ordem de serviço foi assinada nesta sexta-feira (31), no pátio do hospital, pelo governadorEduardo Campos. Na ocasião, foi anunciado também recursos para a criação de um terceiro turno para o tratamento de quimioterapia dos pacientes, a fim de cumprir o novo protocolo do Ministério da Saúde, que prevê o limite de 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento dos pacientes com câncer.

O novo bloco será ligado ao hospital através de uma passarela, como foi anunciado em março durante o lançamento do edital de licitação. O investimento é de R$ 27 milhões e as obras têm previsão de durar 12 meses. Durante o discurso, o governador Eduardo Campos afirmou que a luta para conseguir recursos é cada vez mais dura, devido a esse ser um ano de disputas. Em conversa com os jornalistas, explicou que as disputas são no setor econômico, não tendo nada a ver com o debate eleitoral. "É um ano que a gente ainda está lutando para ser um ano que tenha crescimento econômico. É um em ano que estados e municípios tiveram uma frustração de receita, e investir em um ano desse é sempre mais complicado que em um ano em que o país está crescendo muito", disse o governador.
Eduardo Campos assinou ordem de serviço nesta sexta. (Foto: Katherine Coutinho/G1)Eduardo Campos assinou ordem de serviço nesta sexta.
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
O novo espaço será composto por sete andares, divididos por classificação de risco; uma emergência com 30 leitos; uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com 20 leitos; além de um pavimento reservado para uma Unidade de Transplante de Medula Óssea, com mais dez leitos. Sertão construídas ainda 14 novas enfermarias, cada uma com dois leitos, e cinco apartamentos, com leitos individuais. "O esqueleto [construção abandonada ao lado do HCP] vai virar hospital. Aqui voltamos a ter atividades de ensino, vamos ter neste ano, além das três residências médicas, residência multiprofissional, de enfermeiros, fisioterapeutas", destacou o secretário estadual de Saúde, Antônio Carlos Figueira.
O terceiro turno de quimioterapia ainda não tem prazo para começar suas atividades. O terceiro turno do bloco cirúrgico começa a funcionar na segunda-feira (3). A previsão é de que o custo para implantação do terceiro turno tanto de quimioterapia, quanto das cirurgias, seja de R$ 300 mil mensais. "Quando o ministro Padilha esteve conosco na semana passada, na última sexta-feira, eu tratei com ele que faria o terceiro turno, que buscaria os recursos do estado e [perguntei] se ele podia ajudar também nos equipamentos. Ele disse ‘faça que eu lhe dou uma resposta’. E nós estamos fazendo acreditando que vai dar tudo certo, que vai poder no inicio do ano já ter aí um novo hospital cuidando das pessoas", explicou Campos.
O HCP está sob intervenção estadual desde 2007, quando ameaçou fechar as portas. Atualemente, o hospital conta com 268 leitos e faz, mensalmente, uma média de 1,5 mil atendimentos na triagem, 7,5 mil consultas, 400 cirurgias e 1,3 mil sessões de quimioterapia.
Remédios
Questionado sobre a questão do boicote de laboratórios de medicamentos às licitações, Campos afirmou que a situação vem sendo enfrentada sistematicamente, ganhando mais força agora com a união dos secretários estaduais do Nordeste em torno do tempo. "Esse movimento está se dando de maneira mais articulada, reunindo secretários, mostrando que essa atitude é uma atitude criminosa [boicotar as licitações], irresponsável. Esse tipo de cartel agride a legislação brasileira, deve ser enfrentado pelo poder público que está percebendo isso, deve levar ao Ministério Público [a denúncia], deve levar à Justiça, deve levar aos órgãos de controle. Seja às cortes de conta, seja à Anvisa, para penalizar os laboratórios, que muitas vezes, articulados com distribuidores, fazem um jogo que é de bandido. É gente muito forte, poderosa, gente que tem estrutura muito forte por trás, que é preciso enfrentar", disse o governador.
Apontando ainda que situações como essas drenam milhões de reais todos os anos dos cofres públicos, Campos defendeu que estados e União estejam juntos. "Não podemos ficar fazendo a disputa dos estados com a União, porque o problema da União é o mesmo que nós passamos e é o mesmo que os municípios que fazem compra passam também. Temos que ter uma ação articulada do poder público. Decisões judiciais levam de Pernambuco R$ 50 milhões [por ano] sem licitação, com compra [de medicamento], pelo preço que vem dito", finalizou.
G1

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