sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Livre da aftosa, Pernambuco agora busca certificação internacional

Pernambuco está livre da febre aftosa (Foto: Luna Markman / G1)Foi assinada, na tarde desta quinta-feira (5), a instrução normativa que confere a Pernambuco o status de estado livre de febre aftosa com vacinação. Uma auditoria realizada em fevereiro e março deste ano reconheceu a condição no estado e em outros seis do Nordeste -- Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte ePiauí --, além do Pará, no Norte do País. O próximo passo é receber a chancela internacional, cujo processo começa agora em outubro e deve terminar em maio de 2014.
Participaram da solenidade o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, secretários e deputados estaduais e prefeitos de municípios. "O sonho começou em 2003, com a criação da Adagro [Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária] em Pernambuco. Hoje, estamos recebendo essa mudança de status, em nível nacional. Só faltava esse ato [a assinatura] para provar, depois de vários exames, que o vírus não está mais circulando aqui no estado", disse a gerente-geral da Adagro-PE, Erivânia Campelo.
Campelo explicou que, em outubro, o Ministério da Agricultura levará à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) o dossiê de Pernambuco para que o estado receba o reconhecimento internacional. "Uma comissão científica vai analisar o documento e, em fevereiro, vem nos visitar. Em maio, ocorrerá uma assembleia para reconhecer novas áreas livres de aftosa. Hoje, a China já compra a carne de nossas aves e é um mercado promissor. Com a Transnordestina, rebanhos de todo o Nordeste serão trazidos para serem abatidos aqui e depois exportados pelo Porto de Suape, que é o mais próximo da Europa, que é a maior consumidora de carne bovina brasileira", planejou.
Antônio Andrade, ministro da Agricultura (Foto: Luna Markman / G1)Antônio Andrade, ministro da Agricultura, participou do
anúncio no Recife (Foto: Luna Markman / G1)
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, também esteve no evento. "A primeira área assinalada como livre foi há 15 anos, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e nós hoje temos essa alegria de declarar Pernambuco como livre de aftosa. Isso significa que animais daqui do estado poderão circular livremente pelo país, o que vem valorizar o rebanho e as propriedades", comentou.

De acordo com o governo estadual, o resultado foi alcançado pelo alto índice de imunização do rebanho, acima de 95%, desde 2005. Milhares de doses foram distribuídas gratuitamente para criadores de gado e órgãos responsáveis, inclusive para áreas consideradas de risco, como assentamentos indígenas e quilombolas. Cerca de R$ 70 milhões foram investidos na erradicação da doença. O último caso de febre aftosa registrada no estado foi há 15 anos, em Itaíba, no Agreste do estado.
Ao mudar a classificação sanitária de "risco médio" para "livre", somem as limitações comerciais devido às barreiras sanitárias, o que possibilita o incremento do setor pecuário e leiteiro. Até hoje, Pernambuco só podia vender carne bovina dentro do Nordeste, com exceção de Sergipe e Bahia. O rebanho atual do estado é de 2 milhões de bovinos. "Essa instrução normativa vem em um momento importante de reconstrução da base econômica do nosso Semiárido, que sofreu com a seca mais dura dos últimos 60 anos. É hora de ampliar mercados, horizontes, para aquilo que sobrou dos nossos rebanhos", disse o governador Eduardo Campos.
A doença
A febre aftosa  é uma doença viral, altamente contagiosa, que atinge principalmente, bovinos, bubalinos e suínos. A doença não atinge cavalos nem seres humanos. Os registros de casos da doença geram prejuízos econômicos ao país por dificultarem a exportação de carne e por provocarem perdas na eficiência produtiva.
Segundo o Ministério da Agricultura, com a ampliação da zona livre de aftosa, 99% do rebanho nacional (cerca de 205 milhões de cabeças) de bovinos e bubalinos (búfalos) passam a ficar em regiões livres da doença, segundo o ministério. Agora, somente Amapá, Amazonas e Roraima continuam como áreas consideradas infectadas.
G1

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